sábado, 26 de maio de 2007

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terça-feira, 22 de maio de 2007







Suposto soneto à Fortaleza



não quero deixar no mar nada do que sinto
nada entendimento de mim solidão e tempo
alegro-me por vezes entristeço e minto
qual ébrio sem vinho Baco talvez sem templo

mas ela velocidade cotidiana e pranto
lilás seu nome amor cidade mistério
Fortaleza oculta sob cem pedras e manto
onde se esmolam vinténs e cemitério

e dorme feito anjo sonho de mil desejos
o filho distante perto de Cícero foge da cruz
crucifixos e asfalto, lixo e gracejos

e querendo fé um sonho que nos conduz
ondula melodia verdes-mares e mar
onírica louca alma muitas por amar.





Equinócio ou a procura da poesia


ando noites procurando versos pelo chão
rebuscando no mar estrelas de papel
ando sol obscuro signo feito doido cão
reinventando línguas e tumultos e babel

navegando-me rios de mim e sempre adeus
silêncio desatento e tarde despencando
um sem sentido parede nua escrevo aos meus
the raven poema negro que Poe foi cantando

mas sou tudo aquilo uma dor que se rejeita
um lance de dados, enigma visto pela janela
bares ou grafias em um borrão que me aceita
e côncavo o céu está para mim feito pra ela
na chuva o horizonte é desespero e adagas
equinócio de surpresas sem tuas chagas.